quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

DISCUTIR OPRESSOES É PRECISO!!!

Discutir opressões é preciso, infelizmente cada dia seja longe ou perto de nos temos vivenciado ou presenciado a situações de opressão!!


A situação abaixo e mais umas das provas que universidade que se deveria ser um espaço plural democrático que buscasse romper com tal "cultura" continua sendo um espaço de produção reprodução de ações opressoras.


Seja racismo , seja machismo ou seja homofobia como diversas ações que vemos na universidade, e URGENTE e necessário romper com isso e nos Movimento estudantil temos a obrigação de encampar a lutas no combate as opressões, na da mais pra ficar parada e continuara vendo as pessoas sendo oprimidas.

E por isso que a ENESSO faz um convite a construção coletiva de ações e que fomente a discussão através de debates e ações no cotidiano.



Rio de Janeiro, 30 de Novembro de 2009.

Carta aberta aos alunos da UERJ

No sábado por volta das 5:30 min. am, ao sair de uma festa na casa de uma amiga em Vila Isabel, passei em frete a UERJ para pegar o ônibus e ir para casa na Penha. Estava com mais três pessoas, quando paramos para conversar com mais três rapazes, que por motivos desconhecidos estavam em frente ao portão principal da UERJ na Rua São Francisco Xavier.

Eu me distancie do grupo para ver se o ônibus estava vindo e ao me aproximar um dos colegas, me relatou que um dos meninos daquele grupo, Felipe do curso de engenharia me chamou de chipanzé em uma atitude altamente racista.

Indiguinada fui tirar satisfação com o preconceituoso que a principio negou o fato e partiu para cima de mim tentando me agredir, e o meu colega que denunciou o racismo foi apartar dizendo que o Felipe não poderia me agredir. Então na tentativa de pedir ajuda o mesmo colega ligou para a policia.

Um dos amigos do Felipe, João também do mesmo curso, chamou Ricardo de fofoqueiro, e o agrediu com um soco no rosto, iniciando uma briga que foi apartada por todos.

Enquanto aguardávamos a viatura policial que demorou cerca de 30 minutos, fomos abordados por um outro amigo do Felipe, do qual não me lembro o nome, mas sei que pertence ao CAENG (Centro Acadêmico de Engenharia) e do próprio DCE da UERJ, tentou contornar a situação me pedindo que para ir embora e esquecer o ocorrido. O rapaz ainda disse que não se lembrava de nada que tinha ocorrido, mesmo tendo ajudado a separar e a acalmar a situação. Como a patrulha estava demorando fomos até a cabine de policia que fica próximo a estação Maracanã do metrô para tentar fazer algum contato e relatar a denuncia. Com a chegada da viatura policial eu, um colega que havia feito a denuncia através do 190 e o Ricardo fomos que foi agredido, fomos encaminhados para a 18° D.P. que fica localizada na Praça da Bandeira. Na dita delegacia fomos informados pela delegada Drª. Rosângela que precisaríamos de mais dados como nome, RG, endereço dos denunciados para registrar a ocorrência, que seria praticamente impossível informar.

É da ciência de muitas pessoas que fatos como esse são comuns nas universidades e na sociedade. Porém, quando classifico como comum, não significa que esse ou outros atos preconceituosos de uma maneira geral, podem ser naturalizados e tratados como normais. Sei que sou uma voz e que preciso de muito mais que isso para provocar mudanças necessárias na sociedade, principalmente na questão racial. Que devido ao imaginário brasileiro da democracia entre raças que muitos acreditam existir, impede uma discussão de como tratar esses fatos quando acontece.

Minha luta não é somente contra um racista específico e sim contra o próprio racismo que precisa ser combatido com conscientização e educação para que Crimes, como esse de que fui vitima e muitas outras pessoas não ocorram mais.

Não espero estar só nesta luta que não somente fica no campo racial,mas também no indígenas, nordestinos, homossexuais, mulheres e de qualquer um que sofra preconceito neste país.

Para que essa luta seja objetiva, proponho junto as organizações de luta desta universidade e nas demais que façam seminários, discussões, campanhas e etc. que posso discutir um meio para combater esse e outros tipos de descriminações nesses espaços.

Dandara Jacqueline Matulino da Silva

Ao contrario de um chipanzé, sou negra, mulher, brasileira e tenho o meu valor!

Graduanda da Universidade Federal Fluminense do curso de Pedagogia e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro do curso de Serviço Social